sexta-feira, 26 de junho de 2009

Crítica

Função
“Form follows Function” é a base da função, pois é desta última que resulta a forma de um objecto arquitectónico, havendo assim uma intrínseca relação entre estes dois conceitos, já que uma é a consequência directa da outra.
Deste modo, a função explica o conceito de finalidade, é a utilidade própria, o problema ao qual vamos dar resposta. A função é um conceito que já vem desde há muito tempo, pois já Vitrúvio, um homem avançado para a época, dizia que o Homem é o elemento principal, o centro., tendo posteriormente a arquitectura que se adequar a ele, pois é para ele que a arquitectura é edificada. A partir daí são desenvolvidos os elementos arquitectónicos, embora sendo os mesmos, estes podem ser desenvolvidos de maneira diferente o que origina assim diferentes estilos arquitectónicos, estilos esses que marcaram e continuam a marcar épocas e gerações. É curioso, reflectir um pouco e chegar à conclusão que a função está sempre presente em qualquer obra arquitectónica, embora umas vezes se sobressaia mais esta categoria do que outras. No entanto, até dentro da categoria da função existem vários funcionalismos, sendo que a função se estende a todos os movimentos, desde o funcionalismo orgânico, ao funcionalismo abstracto e plástico entre outros. Cada um com a sua forma de se expressar, mas todos com o mesmo objectivo de dar uma resposta à função. Contudo, nesta tentativa de procura de respostas para tudo, podemos chegar ao racionalismo. Podemos então afirmar que da função pode provir a razão, em que deve existir uma razão lógica que explique cada um dos elementos do objecto arquitectónico, sendo então a arquitectura baseada no necessário. Se pensarmos um pouco em todas as artes, chegamos à conclusão que a arquitectura é a única que utiliza a razão, e é por esse motivo que a arquitectura se distingue das outras artes, podendo assim apresentar-se como uma mais-valia, uma vez que é preciso regressar às raízes/causas da arquitectura, tornando-se assim mais fácil a sua execução, pois tudo é pensado e nada é feito ao acaso.
Foi assim que no século XX se chegou à habitação colectiva pela união de células individuais, revolucionando assim o mundo da arquitectura. Com características muito próprias e inovadoras, foi-se caminhando para a habitação em bloco, que por um lado trouxe vantagens a nível urbanístico, económico, entre outros, e por outro lado também trouxe desvantagens no enquadramento com a cidade antiga e tudo mais, levando assim à sua ruptura. No entanto, ainda hoje se constrói este tipo de arquitectura.
Com o avançar dos anos, os factores económicos, construtivos e sociais foram-se alterando, sendo necessário acompanhar essas alterações e por isso surgiram vários princípios que atendem a esses factores, uma vez que é necessário zelar por eles para que tudo funcione. Surgiu assim o princípio globalizador, da austeridade, industrial, prioritário do urbanismo e o princípio social, um dos mais importantes já que o Homem se torna o centro, como referiu Vitrúvio e é necessário que haja igualdade humana a nível da arquitectura e não só.
Um dos grandes arquitectos funcionalistas foi Gropius, que utilizava a razão para ligar a arte à sociedade, pois tentava sempre ter em atenção estes factores.
Podemos ainda classificar o funcionalismo como estrito, geométrico ou orgânico, o que se torna interessante, uma vez que todos os arquitectos, mesmo os organicistas como Frank Lloyd Wright acabam por estar sempre relacionados com a função, sendo assim esta, uma das categorias mais importantes da arquitectura, pois sem ela não se faz arquitectura. Assim, a funcionalidade está sempre presente, quer a nível técnico, existencial ou utilitário.

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